O meio-termo frequentemente sobrevém a problemática da antagonismo, do 8 ou 80, tudo ou nada, sim ou não, aceito ou não aceito. Origina de uma percepção de lugares, ora o sujeito se vê em um extremo, ora em outro. Logo a solução: “eu preciso achar um meio termo!”. Vem como uma negociata ao impasse dos conflitos geralmente envolvendo algum outro (outro semelhante, outro trabalho, outro família, outro problema (...)). Se eu ceder daqui, o outro ceder dali, será possível uma situação mais “leve”.
O engano está na convicção de que assim teria-se uma nova forma de relação, quando o que diz o meio termo é sobre a continuar a “termo”. Se responde à mesma coisa apenas de um lugar diferente. Se perde de vista que se continua na demanda. O termo, o contrato, permanece o mesmo. O sujeito trabalha tanto quanto possível para manter uma homeostase existencial, à vista de um rompimento o inconsciente forja um uma saída falsa: a da separação.
Vou fazer um contrato, com cláusulas, para que nem eu nem o outro saia perdendo. Onde todos saiam respondidos, satisfeitos, correspondidos. Onde meu “eu” e o “eu” do outro podem existir na mesma linha. É preciso manter a lógica. No rompimento já não há contrato possível, mas talvez alguma justeza dos desejos. O sujeito operando em outra linha, o outro operando em outra lógica. E mesmo assim sendo possível a coexistência dos dois. Não necessariamente em relação, mas nem por isso deixando de se relacionar.
E no fim o 8 e 80 são as mesmas coisas, mas de lados diferentes.
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